segunda-feira, 15 de agosto de 2011

D. Filipa de Lencastre

Filipa de Lencastre (Leicester, 1359 - Lisboa, 19 de Julho de 1415) foi uma princesa inglesa da Casa de Lencastre, filha de João de Gant, 1.º Duque de Lencastre, pela sua mulher Branca de Lencastre.
Tornou-se rainha consorte de Portugal através do casamento com o rei D. João I, celebrado em 1387 na cidade do Porto. Este casamento foi acordado no âmbito da Aliança Luso-Inglesa, contra o eixo França-Castela. Foi-lhe atribuída a distinção inglesa da Ordem da Jarreteira.
As rainhas de Portugal contaram, desde muito cedo, com os rendimentos de bens, adquiridos na sua grande maioria por doação. D. Filipa de Lencastre recebeu as rendas da alfândega de Lisboa, bem como as vilas de Alenquer, Sintra, Óbidos, Alvaiázere, Torres Novas e Torres Vedras.
Foi uma rainha generosa e amada pelo povo. Os seus filhos que chegaram à idade adulta seriam lembrados como a ínclita geração, de príncipes cultos e respeitados em toda a Europa.
Filipa morreu de peste negra nos arredores de Lisboa, poucos dias antes da partida para a expedição a Ceuta; segundo uns, terá sido no convento de Odivelas; segundo outros, no convento de Sacavém. Está sepultada na Capela do Fundador do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha, ao lado do seu esposo.
A Escola Secundária D. Filipa de Lencastre, em Lisboa, foi baptizada em sua honra.

O Infante D. Henrique




O Infante Dom Henrique de Avis, 1.º duque de Viseu e 1.º senhor da Covilhã (Porto, 4 de março de 139413 de novembro de 1460), foi um infante português e a mais importante figura do início da era das descobertas, popularmente conhecido como Infante de Sagres ou O Navegador.

Biografia

O Infante nasceu numa quarta-feira de cinzas, dia então considerado pouco propício ao nascimento de uma criança. Era o quinto filho de João I de Portugal, fundador da Dinastia de Avis, e de Dona Filipa de Lencastre.
Foi batizado alguns dias depois do seu nascimentona Sé Catedral do Porto, tendo sido o seu padrinho o bispo de Viseu. Os seus pais deram-lhe o nome Henrique possivelmente em honra do seu tio-avô, o duque Henrique de Lencastre (futuro Henrique IV de Inglaterra).
Pouco se sabe sobre a vida do infante até aos seus catorze anos. Tanto ele como os seus irmãos (a chamada Ínclita geração) tiveram como aio um cavaleiro da Ordem de Avis.
Em 1414, convenceu seu pai a montar a campanha para a conquista de Ceuta, na costa norte-africana junto ao estreito de Gibraltar. A cidade foi conquistada em Agosto de 1415, assegurando ao reino de Portugal o controlo das rotas marítimas de comércio entre o Atlântico e o Levante. Na ocasião foi armado cavaleiro e recebeu os títulos de Senhor da Covilhã e duque de Viseu.
A 18 de Fevereiro de 1416, foi encarregado do Governo de Ceuta. Cabia-lhe organizar, no reino, a manutenção daquela praça-forte no Marrocos.
Em 1418, regressou a Ceuta na companhia de D. João, seu irmão mais novo. Os Infantes comandavam uma expedição de socorro à cidade, que sofreu nesse ano o primeiro grande cerco, imposto conjuntamente pelas forças dos reis de Fez e de Granada. O cerco foi levantado, e D. Henrique tentou de imediato atacar Gibraltar, mas o mau tempo impediu-o de desembarcar: manifestava-se assim uma vez mais a temeridade e fervor antimuçulmano do Infante.
Ao regressar a Ceuta recebeu ordens de seu pai para não prosseguir tal empreendimento, pelo que retornou para o reino nos primeiros meses de 1419. Aprestou por esta época uma armada de corso, que atuava no estreito de Gibraltar a partir de Ceuta. Dispunha assim de mais uma fonte de rendimentos e, desse modo, muitos dos seus homens habituaram-se à vida no mar. Mais tarde, alguns deles seriam utilizados nas viagens dos Descobrimentos.
Entre 1419 e 1420 alguns dos seus escudeiros, João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, desembarcaram nas ilhas do arquipélago da Madeira, que já eram conhecidas por navegadores portugueses desde o século anterior. As ilhas revelaram-se de grande importância, vindo a produzir grandes quantidades de cereais, minimizando a escassez que afligia Portugal. O arquipélago foi doado a D. Henrique por Duarte I de Portugal, sucessor de D. João I, em 1433.
Em 25 de Maio de 1420, D. Henrique foi nomeado dirigente da Ordem de Cristo (titular em Portugal do património da Ordem dos Templários), cargo que deteve até ao fim da vida. No que concerne ao seu interesse na exploração do Oceano Atlântico, o cargo e os recursos da Ordem foram decisivos ao longo da década de 1440.
Em 1427, os seus navegadores descobriram as primeiras ilhas dos Açores (possivelmente Gonçalo Velho). Também estas ilhas desabitadas foram depois povoadas pelos portugueses.
Até à época do Infante D. Henrique, o Cabo Bojador era para os europeus o ponto conhecido mais meridional na costa de África. Gil Eanes, que comandou uma das expedições, foi o primeiro a ultrapassá-lo (1434), eliminando os medos então vigentes quanto ao desconhecido que para lá do Cabo se encontraria.
Aquando da morte de D. João I, o seu filho mais velho (e irmão de D. Henrique), D. Duarte subiu ao trono, e entregou a este um quinto de todos os proveitos comerciais com as zonas descobertas bem como o direito de explorar além do Cabo Bojador.
O reinado de D. Duarte durou apenas cinco anos, após o qual, D. Henrique apoiou o seu irmão D. Pedro na regência, durante a menoridade do sobrinho D. Afonso V, recebendo em troca a confirmação do seu privilégio. Procedeu também, durante a regência, ao povoamento dos Açores.
Com um novo tipo de embarcação, a caravela, as expedições adquiriram um grande impulso. O Cabo Branco foi atingido em 1441 por Nuno Tristão e Antão Gonçalves. A Baía de Arguim em 1443, com consequente construção de uma feitoria em 1448.
Dinis Dias chegou ao rio Senegal e dobrou o Cabo Verde em 1444. A Guiné foi visitada. Assim, os limites a sul do grande deserto do Saara foram ultrapassados. A partir daí, D. Henrique cumpriu um dos seus objectivos: desviar as rotas do comércio do Saara e aceder às riquezas na África Meridional. Em 1452 a chegada de ouro era em suficiente quantidade para que se cunhassem os primeiros cruzados nesse metal.
Entre 1444 e 1446, cerca de quarenta embarcações partiram de Lagos. Na década de 1450 descobriu-se o arquipélago de Cabo Verde. Data dessa época a encomenda de um mapa-múndi do Velho Mundo a Fra Mauro, um monge veneziano.
Em 1460 a costa estava já explorada até ao que é hoje a Serra Leoa.
Entretanto, D. Henrique estava também ocupado com assuntos internos do Reino. Julga-se ter patrocinado a criação, na Universidade de Coimbra, de uma cátedra de astronomia.
Foi também um dos principais organizadores da conquista de Tânger em 1437, que se revelou um grande fracasso, já que o seu irmão mais novo, D. Fernando (o Infante Santo) foi capturado e ali mantido prisioneiro durante 11 anos, até falecer. A sua reputação militar sofreu um revés e os seus últimos anos de vida foram dedicados à política e à exploração.

Painel de azulejos de Jorge Colaço (1864-1942) na Estação de São Bento, no Porto: o Infante D. Henrique na conquista de Ceuta.

Monumento aos Descobrimentos





O Monumento aos Descobrimentos, popularmente conhecido como Padrão dos Descobrimentos, localiza-se na freguesia de Belém, na cidade e Distrito de Lisboa, em Portugal.



Em posição destacada na margem direita do rio Tejo, o monumento foi erguido para homenagear os elementos envolvidos no processo dos Descobrimentos Marítimos Portugueses.
O edifício primitivo do Padrão dos Descobrimentos que Cottinelli Telmo esboçou e Leitão de Barros e Leopoldo de Almeida deram forma mental e plástica, foi erguido em 1940 por ocasião da Exposição do Mundo Português.

O atual, uma réplica do anterior, foi erguido em betão com esculturas em pedra de lioz, erguendo-se a 52 metros de altura. Foi inaugurado em 9 de Agosto de1960, no contexto das comemorações dos quinhentos anos da morte do Infante D. Henrique, o Navegador, um monumento que ao mesmo tempo louva o Homem e a epopeia marítima por ele iniciada.
O Infante D. Henrique era um dos filhos de D. João I e de D. Filipa de Lencastre. Nasceu em 1394 e morreu em 1460 deixando, ao partir, um mundo mais vasto, diferente e aberto às mais estranhas influências. Caracterizou a sua época com a expansão ultramarina, resolvendo o problema europeu do comércio do Oriente e a revolução da ciência da navegação e náutica.
Foi o Infante D. Henrique que lançou Portugal para uma aventura única na História e marcou para sempre a cultura e a vocação além fronteiras dos portugueses.

Portugal abriu rotas, marcou o mar desconhecido com direções e rumos, deu nome a terras, ilhas, cabos, ventos e tempestades.

Portugal só tinha uma porta e uma saída, e ela desenhava-se numa maré que uma quilha rompia. É esta a mensagem do belo monumento dos Descobrimentos. Rostos virados à lonjura, nau erguida em desafio a toda a simbologia de marinheiros, cartógrafos, capitães e letrados, um povo inteiro entregue à voragem do desconhecido e ao álibi da expansão da Fé.
Era um país pequeno que se multiplicava por terras muitas vezes maiores que o território de origem era um mercado de especiarias e ouro e sedas exóticas, era o Poder de um reino que, longe de mais para ser sonhado, assim era reconhecido.
O monumento tem a forma de uma caravela estilizada, com o escudo de Portugal nos lados e a espada da Casa Real de Avis sobre a entrada. 

D.Henrique, o Navegador, ergue-se à proa, com uma caravela nas mãos. Em duas filas descendentes, de cada lado do monumento, estão as estátuas de heróis portugueses ligados aos Descobrimentos.

O Casamento de D JoãoI e Filipa de Lencastre

Casamento de D. João I com Filipa de Lencastre na Catedral da Sé do Porto em 1387

Para selar a aliança Luso-Britânica João I casou com D. Filipa de Lencastre, filha de João de Gaunt, dedicando-se desde então ao desenvolvimento do reino. Em 1415 conquistou de Ceuta, praça estratégica para a navegação no norte de África, o que iniciaria a expansão portuguesa. Aí foram armados cavaleiros os seus filhos D. Duarte, D. Pedro e o Infante D. Henrique, irmãos da chamada ínclita geração.

Descendência
Do seu casamento com D. João I de Portugal nasceram:
D. João I teve ainda dois filhos naturais de Inês Pires:

Entrada de D. João I no Porto a celebrar o seu casamento com Filipa de Lencastre (século XIV), mosaico na Estação de São Bento, no Porto. Painel de Jorge Colaço (1864-1942).

Poema-O Infante de Fernando Pessoa



Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!

Curiosidades sobre o Infante D. Henrique

Antes de existir o euro havia uma nota de 10.000$00 com a cara do Infante D. Henrique.
Painel de Jorge Barradas na Universidade Portucalense- Infante D Henrique no Porto
Estatua do Infante em Viseu- Avenida Infante D. Henrique 3510 Viseu

Estatua do Infante em Sagres

Estatua do Infante em Lagos onde viveu grande parte da sua vida

Estatua do Infante na Praça Infante D. Henrique no Porto
Da autoria de Tomás Costa, a estátua foi realizada em 1894. Compõe-se de vários grupos escultóricos. No cimo, a estátua do Infante, tendo junto, um globo terrestre. No sopé, vêem-se dois grupos alegóricos: uma Vitória conduzindo dois corcéis e dois tritões, representando o triunfo das navegações portuguesas; e uma figura feminina simbolizando a Fé das Descobertas. Possui, ainda, baixos-relevos junto ao pedestal, representando a tomada de Ceuta e o Infante no Promontório de Sagres. Mais abaixo na Rua da Alfandega encontra-se a Casa do Infanteonde se presume que ele terá nascido.
(Casa do Infante)

Tumulo do Infante no Mosteiro da Batalha

Painel de azulejos da Igreja Matriz de Massarelos no Porto
Este painel (do Chafariz Velho, de Paço de Arcos) mostra o 'solitário de Sagres' meditando junto ao vasto, e ainda então, misterioso mar-oceano; cujos segredos, ele, o visionário infante D. Henrique, ajudou a desvendar...